A Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras recebeu hoje o gerente de relações institucionais da Azul, Camilo Coelho. Ele veio esclarecer como funciona o programa de pontos da empresa e qual a relação da Azul com a 123milhas.

Transparência

O executivo começou dizendo que a empresa mudou a nomenclatura das “milhas” para “pontos” pois considerava o termo mais transparente e abrangente para o comércio.

Ele também explicou que os pontos emitidos são considerados passivos para a empresa:

“A companhia não cria o ponto sem haver uma procura, pois o ponto é um passivo, uma dívida. Por isso não há emissão de pontos descontrolada, para não aumentar o nosso passivo.”

Coelho ainda não soube responder se considera que milhas sejam ativos digitais, e disse que esse tema precisa de um estudo mais aprofundado. Sobre a expiração de pontos, Camilo disse que a Azul tem, inclusive, categorias de fidelidade de clientes em que os pontos não expiram.

Negociações com a 123milhas

O executivo também explicou que a Azul teve um contrato de compra e venda de passagens com a 123milhas e que a corretora de viagens investigada inclusive comprou pontos da companhia aérea. Ele informou que

“A Azul não emite mais passagens diretamente para a 123milhas, até porque a 123milhas perdeu o Cadastur, o cadastro no Ministério do Turismo, então a gente não poderia emitir nem se quisesse.”

Porém, quando perguntado se a Azul conseguia controlar a emissão de passagens por terceiros que negociavam as milhas com a agência de viagens fraudulenta, ele admitiu que a companhia aérea não consegue ter esse controle.

Mais tempo para investigações

A Presidência da Câmara concordou em prorrogar o trabalho da CPI das Pirâmides Financeiras. A Comissão continuará com sua investigação até o dia 11 de Outubro.

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Bruno Angrisano / Solidariedade na Câmara

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