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Pirâmides Financeiras 24/08/2023

Irmão de Ronaldinho Gaúcho e investidor da Trust falam à CPI das Pirâmides Financeiras

Irmão de Ronaldinho Gaúcho e investidor da Trust falam à CPI das Pirâmides Financeiras
Foto: Bruno Angrisano

‌Dia de depoimentos longos na CPI das Criptomoedas. O ex-jogador Assis, irmão e empresário do também ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, veio para esclarecer a relação entre as empresas deles e as empresas 18k Watches e 18K Ronaldinho. Assis veio protegido por um Habeas Corpus que o permitia ficar em silêncio caso fossem feitas perguntas que o incriminariam.

O empresário argumentou repetidas vezes que ele nunca teve contrato com a empresa 18k Ronaldinho, nunca teve envolvimento com criptoativos, e que teve apenas um contrato com a empresa 18k Watches:

“Nós rescindimos o contrato com a 18k Watches quando percebemos que coisas erradas estavam acontecendo”, explicou. Ao ser questionado sobe o que sentia ao ver uma celebridade sendo usada por uma empresa em publicidade para aplicar golpes em clientes, Assis disse que não concordava com isso, e que “nunca quisemos nem concordamos em enganar as pessoas”.

Interferência do advogado

O advogado de Assis interferiu várias vezes durante o depoimento do ex-jogador e chegou a discutir sobre o habeas corpus com os deputados da CPI. A partir desse embate o irmão de Ronaldinho Gaúcho se tornou menos cooperativo a cada pergunta. Quando indagado sobre que coisas erradas ele percebeu e que o levaram a rescindir o contrato com a 18k Watches, Assis recorreu ao direito de ficar calado, não confirmando nem negando nenhuma hipótese apresentada a ele. Ele também se recusou a apresentar uma série de informações sobre a 18K Watches. O cartola também não quis responder quando indagado sobre o tempo em que ele e Ronaldinho Gaúcho ficaram presos no Paraguai.

Investidor ou sócio?

Foi a pergunta que Patrick Abrahão, o segundo depoente desta reunião da CPI, tentou responder em seu depoimento. Os parlamentares indagaram ao influenciador digital e empresário se ele era sócio da empresa de investimentos em ativos digitais Trust Investments. Eles também trouxeram indícios de que Abrahão seria um dos proprietários da Trust.

Abrahão negou ser sócio da empresa e afirmou que os próprios sócios deixaram isso claro para a Justiça. O influencer chegou a ser preso em outubro de 2022, sob acusação de fazer parte de um golpe da Trust que lesou mais de um milhão de pessoas em 4,1 bilhões de reais:

“Eu fiquei preso de forma injusta por dez meses, antes que os sócios da Trust pudessem ser ouvidos e deixassem claro que eu não era sócio da empresa, apenas um investidor. Porque eles não foram ouvidos antes de eu ser preso?”, indagou o empresário.

Golpista ou vítima?

‌Interrogado pelos integrantes, Abrahão passou então a explicar o envolvimento dele com a Trust e afirmou que apenas divulgou a empresa nas redes sociais:

“Eu sou apenas um investidor da Trust. Eu ganhava como investidor e tinha um link de indicação como qualquer outro investidor no mundo. Pelo link de indicação de novas pessoas eu poderia ganhar uma comissão”, explicou.

O deputado do Solidariedade Aureo Ribeiro, presidente da CPI, ponderou que, se Abrahão conseguir realmente provar a inocência dele, ele é mais uma vítima de um esquema de golpe usando criptomoedas. E indagou ao depoente:

“Você depositou na Trust todo seu trabalho, seu conhecimento. Defendeu o mercado de criptoativo, palestrando, participando, defendendo o mercado de criptoativo e levando novas pessoas a investirem nesse mercado. Você se sente usado por essas pessoas?”

Abrahão respondeu ao deputado fluminense que se considera uma vítima dos golpes da Trust. Ele teria investido 998 mil reais numa criptomoeda criada pela Trust e essa criptomoeda teve sua liquidez retirada o que o impediu de sacar seu dinheiro:

 ”Tenho um contrato de investidor e não me recordo de quanto tenho investido na empresa, eu tinha de 2 a 3 bilhões que estão bloqueados lá. Eu sou uma vítima, de todas as acusações eu me considero inocente,” concluiu o empresário.

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Bruno Angrisano / Solidariedade na Câmara