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Aglomerações e ameaças ao STF marcam as manifestações do Dia da Independência
As manifestações do feriado de 7 de setembro foram marcadas por diversos atos contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O dia da Independência se mostrou tenso e com muitas ameaças, diversas delas partiram do próprio presidente que discursou atacando ministros do Supremo Tribunal Federal.
Em uma de suas falas, chamou o ministro Alexandre de Moraes de “canalha”, falou para ele se “enquadrar” ou simplesmente “pedir pra sair” e prometeu que a partir de agora, não irá cumprir mais nenhuma ordem determinada por ele. Bolsonaro foi vaiado ao dizer que Moraes ainda tem “tempo para se redimir” e percebendo a resposta negativa da multidão, recuou com seus ataques, no entanto, ainda mencionou que só sairá do cargo se estiver morto e que nunca será preso.
Protestantes ocuparam onze quarteirões das imediações da Avenida Paulista (São Paulo), o que impossibilitou o distanciamento social e os cuidados adequados no que diz respeito aos protocolos sanitários, uma vez que ainda estamos numa pandemia contra a Covid-19.
Durante os atos, nada foi dito em relação ao combate ao desemprego, inflação, aumento exacerbado de itens essenciais de consumo, como energia elétrica, gás, combustível e carne, os discursos exalavam golpe, ódio e ameaças.
A imprensa internacional também noticiou as manifestações brasileiras e jornais como o americano New York Times e os britânicos Financial Times e The Guardian destacaram o assunto nas primeiras páginas.
O NYT mencionou que o presidente brasileiro tem caído nas pesquisas de opinião pública, que tem se mostrado autoritarista, o periódico fez um paralelo com a história do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, de quem Bolsonaro sempre apoiou, e ainda salientou que os atos podem ser um prelúdio para o controle do poder.
O Financial Times acusa Bolsonaro de abuso de autoridade e comenta que a “tensa atmosfera política” alimentou temores de que os comícios possam se transformar em atos de incitação à violência.
Já o The Guardian comenta que o evento foi convocado pelo “líder em apuros” do Brasil em uma aparente tentativa de projetar força no pior momento de seu governo desde que começou, em janeiro de 2019.
O La Nación chamou o discurso de Bolsonaro de “forte ameaça golpista”, a Al Jazeera também salienta a baixa popularidade de Bolsonaro e que as manifestações são uma forma de o presidente “energizar” sua base extrema-direita.
O Solidariedade, PSDB, PSD e MDB cogitam impeachment, por conta das diversas ameaças do presidente.
Informações: Estadão