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Educação 21/06/2022

Por uma educação não sexista

Por uma educação não sexista
Foto: iStock

Embora hoje a discussão sobre a igualdade de gêneros e direitos igualitários tenha se ampliado, sabemos que ainda temos muito o que avançar.

A cultura machista em que vivemos propõe que homens e mulheres tenham comportamentos opostos: homens devem ser fortes, livres, não devem chorar, precisam ser expansivos, namorador, enquanto mulheres são tidas como frágeis, dependentes, sentimentais, privadas/tímidas, recatadas…. Essa educação estereotipada está carregada de valores de uma sociedade patriarcal, onde homens são tidos como superiores, limitar as oportunidades entre as mulheres, o que contribui para a desigualdade entre os sexos.

A partir disso, verificamos o quanto é importante uma educação inclusiva e não sexista para que haja equidade e igualdade entre todos.

Sexismo nas escolas

A discriminação está presente também nas nossas escolas, sendo assim, para acabarmos com essa distinção e conquistarmos uma educação não-sexista é preciso um trabalho apurado, que envolva o corpo escolar (discentes e docentes), além de seus familiares e toda a sociedade, com intuito de conscientizá-los que homem e mulher, embora biologicamente sejam diferentes, devem ter igual oportunidades, direitos e deveres.

Para Carlla Slongo, secretária de Educação e Cultura do Solidariedade no Rio Grande do Sul, o sexismo ainda é um assunto tabu nas escolas. “Se faz necessário um trabalho orientado com profissionais habilitados para tratar as questões relativas ao sexismo, pois essa questão ainda é bastante reprimida no ambiente escolar. ”

Como obter uma educação não sexista

O caminho para combater o sexismo no meio escolar é buscar políticas justas e igualitárias que respeitem a formação acadêmica e a particularidade de cada estudante, além de ser primordial que não se separe as filas ou lista de presença por gênero (homem e mulher), sempre se referir ao grupo como alunos e alunas, de modo a não invisibilizar as alunas, não diferenciar as cores e as brincadeiras conforme o sexo, deixando que cada criança seja livre em suas escolhas, estimular jogos e brincadeiras em conjunto e mostrar que meninos e meninas são iguais em direitos e obrigações. “A educação não sexista é importante para combater a ignorância e o preconceito que ainda é muito escancarado. As escolas precisam ser atualizadas, orientadas e autorizadas a tratar deste assunto. Existem muitas barreiras a serem derrubadas. É necessário que haja muito esclarecimento, debates, seminários e muita comunicação para clarear esse tema tão importante para a nossa realidade. E tudo começa pela educação”, diz Slongo.

De acordo com a secretária de Educação e Cultura do Solidariedade em Rondônia, professora Elizabete Siqueira (Profª Betinha), “é necessário uma educação não sexista para mostrar as nossas crianças que homens e mulheres são iguais, seja no trabalho, na escola, nos esportes, ambos têm os mesmos direitos e deveres. ”

Brinquedos e profissões têm sexo?

Nossa cultura diz que os brinquedos para as meninas são cor de rosa e remetem a afazeres da vida doméstica, como fazer comidinha, limpar, lavar e cuidar dos filhos (bonecas), já as brincadeiras dos meninos, além de serem em tons de azul, dão certa ‘ousadia’ para que eles sejam livres e criativos, como brincar de carrinho, engenheiro, piloto, com super-heróis que voam e estimulam a imaginação. Também no ramo profissional, a cultura diz que as mulheres se dão melhor em carreiras de humanas, de saúde ou educação, e os homens relacionam-se com as profissões de lógica, matemática, engenharia… mas ser homem ou mulher não pode limitar nossos filhos a brincarem ou terem a carreira profissional que desejam, afinal, brinquedos e profissões não têm sexo, ou seja, desde a infância o incentivo para que meninas e meninos brinquem com jogos e brinquedos tidos como do sexo oposto, permite que essas crianças aprendam valores que demorariam muitos anos para serem adquiridos.

O menino que brinca de boneca aprende o valor de ser pai futuramente, e a menina que brinca com carrinhos, aprende sobre velocidade e força, sendo assim, devemos mostrar as nossas crianças que toda a profissão e brincadeira são válidas, e que eles devem experimentar todos os papeis sociais onde o conceito de educação não sexista é fundamental para desenvolver a capacidade e habilidade de nossos pequenos.

Para profª Betinha, brinquedos e profissões não deveriam ter sexo. “Ainda vemos nas escolas e nas famílias a influência do patriarcado, da religião, a hierarquização e divisões de papéis conforme o gênero sexual, mantidos nesses ambientes. ”

“Embora seja um processo longo e demorado, aos poucos vamos conscientizar nossas crianças que as carreiras profissionais e os brinquedos e brincadeiras não tem gênero, e que todos podem usufruir livremente dessas ações”, enfatiza Slongo.

O Solidariedade defende o combate a todas as formas de negligência, discriminação, perseguição, violência e opressão em relação às crianças e adolescentes e acredita que por meio do diálogo e de ações educativas, teremos uma sociedade mais justa e livre de opressões.