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Pessoas com deficiência representam apenas 1% dos empregos em regime CLT no país
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no último trimestre, são mais de 13 milhões de desempregados, sendo 5,1 milhões de brasileiros que desistiram de procurar emprego. As duas maiores taxas de desemprego estão no nordeste e sudeste, respectivamente.
A grave crise econômica que elevou os índices de desemprego, aumentou a inflação e a precarização do trabalho é uma das consequências da pandemia de Covid-19 que afetou todo o mundo em 2020. Combinada com a omissão do governo federal, que não apostou em vacinas e medidas de distanciamento social, a crise econômica deve perdurar ainda em 2022, se as medidas efetivas para reverter esse quadro não forem tomadas.
Neste cenário, o mercado de trabalho deixou escancarar a fragilidade em torno dos postos de trabalho ocupados por pessoas com deficiência. De acordo com dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)no início da pandemia, de janeiro a agosto de 2020, foram fechados 849 mil postos de trabalho formais no país e deste total cerca de 20% (171,6 mil) eram ocupadas por pessoas com deficiência.
Como tentativa de conter o desemprego em massa que estava acontecendo a esse grupo, foi criado o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que previu novas alterações na Lei nº 14.020 em relação à Medida Provisória 936 que veda a dispensa sem justa causa de pessoas com deficiência, durante o estado de calamidade.
O Secretário Nacional da Pessoa com Deficiência do Solidariedade, Paulo Pequeno, reafirma que o capacitismo dentro do mercado de trabalho é um problema antigo, e que começa muito antes da contratação.
“Os maiores obstáculos que enfrentamos estão na falta de mobilidade urbana, acessibilidade nas empresas, falta de conhecimento sobre as pessoas com deficiência e a visão empresarial do capacitismo as pessoas são medidas por suas deficiências e não por suas competências”.
No Brasil, temos um avanço na empregabilidade de pessoas com deficiência representado pela Lei 8213/91, popularmente conhecida como lei de cotas, que prevê que qualquer empresa com 100 ou mais funcionários é obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência.
A lei é um avanço a longo prazo, fazendo com que cada vez mais pessoas com deficiência frequentem os ambientes de trabalho e possam quebrar as barreiras impostas pelo capacitismo. Porém, a pandemia de Covid-19 demonstrou que estes cargos são vistos ainda com muita fragilidade pelo empregador, que ainda não mudou sua mentalidade.
“É importante que o empregador tenha consciência de seus quadros, sobre as diferenças e a oferta de oportunidade para pessoas com deficiência, independente da obrigatoriedade da lei de cotas, a inclusão deve ser uma rotina, não uma imposição”, opina Paulo Pequeno
Para além disso, é também essencial que o Estado passe a se colocar no centro da solução do problema, garantindo não só a presença do PCD nos postos de trabalho, como também sua qualificação profissional.
“Quando falamos do cidadão com deficiência, é fundamental o preparo e a qualificação, a convivência entre pessoas, culturas, histórias, sonhos, metas, e realidades diferentes tornam o ambiente de trabalho mais produtivo e humano, pois permite a troca de experiências, permitindo o crescimento profissional e pessoal”, conclui Paulo Pequeno.
O Solidariedade defende a inclusão integral às pessoas com deficiência, enxergando a inclusão como uma possibilidade de enriquecimento a toda a sociedade, com maior conhecimento do diferente, maior atenção às necessidades individuais e promoção de oportunidades no mercado de trabalho, que geram renda e desenvolvimento.
No site do Solidariedade, através do link http://solidariedade.org.br/o-que-defendemos/ encontram-se todas as propostas do partido para efetivar a inclusão de pessoas com deficiência.
Com informações de: G1