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Agropecuária 21/12/2023

Demandas do setor queijeiro artesanal são debatidas na Câmara dos Deputados

Demandas do setor queijeiro artesanal são debatidas na Câmara dos Deputados
Foto: Bruno Angrisano

‌O queijo artesanal, um laticínio feito a partir de leite cru e usando técnicas tradicionais de fabricação de queijo, é um dos poucos alimentos cuja produção e comercialização são, desde 2019, regulamentadas em lei no Brasil.

O presidente da Comissão de Legislação Participativa (CLP), o deputado do Solidariedade Zé Silva (MG), é um dos autores da lei do queijo artesanal. Atento ao crescimento econômico da atividade, Zé Silva propôs a realização de uma audiência pública na CLP para discutir possíveis políticas públicas e ações do Estado para fomentar o desenvolvimento da produção do queijo artesanal.

Vantagens para a saúde

Antônio Fernandes, pesquisador da Universidade de Viçosa, explicou que os microorganismos láticos presentes no queijo cru e, consequentemente, no queijo artesanal, são responsáveis pelo sabor amanteigado e pela textura macia, características que tornam esse alimento tão apreciado. Mas ele acrescentou que os microorganismos presentes nesses queijos são muito benéficos ao ser humano, pois sua presença no sistema digestivo humano inibe a ação de outros microorganismos que provocam doenças:

“O queijo é um alimento vivo, e muito benéfico à nossa saúde. Entre outras coisas, os microorganismos presentes no queijo artesanal produzem antibióticos naturais, chamados de bacteriocinas e ácidos orgânicos, que preservam o queijo e também fazem bem ao ser humano.”

Vantagens para o produtor de queijo

O representante da Federação de Agricultura de Minas Gerais, Altino Rodrigues Neto, explicou que a produção de queijo é uma solução interessante para o excesso de produção de leite pelo pequeno produtor:

 “Os grandes laticínios não recebem o leite cru do pequeno produtor. O queijo artesanal é um produto que pode dar vazão a esse excedente.”, explicou.

Altineu ressaltou ainda que o pequeno produtor precisa de conhecimento para tornar mais eficiente a produção de queijo sem perder sua característica artesanal.

Vantagens para o comércio

A queijista Marina Cavechia, que atua no comércio de alimentos em Brasília, traçou um paralelo entre o comércio de queijo artesanal do Brasil e o comércio do queijo tradicional francês:

”Em termos de qualidade a gente não está perdendo para os queijos franceses. Mas nós precisamos tornar o nosso queijo artesanal uma pauta para o cliente, precisamos valorizar o produto. Os franceses conseguiram tornar o queijo uma atração turística. Precisamos aproveitar a qualidade do nosso queijo como um argumento de vendas.”, defendeu Marina.

A profissional acredita que um passo importante para isso é a regulamentação da profissão de queijista.

Atenção ao pequeno produtor

Zé Silva concluiu que a reunião foi muito proveitosa, com os participantes trazendo as demandas que percebem no dia a dia:

 “A lei do queijo artesanal cuida do produto, da qualidade das instalações e da produção, mas é só um começo. Os desafios de melhora na qualidade de vida e de sustentabilidade estão postos. É o começo de uma caminhada para os queijeiros artesanais.”, avaliou o parlamentar.

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Bruno Angrisano / Solidariedade na Câmara