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Brasil 05/11/2021

Auxílio Brasil: algo novo ou mais do mesmo

Auxílio Brasil: algo novo ou mais do mesmo
Imagem: iStock / Leila Melhado

Atualmente, o programa de distribuição de renda do Governo Bolsonaro, o Auxílio Brasil, tomou o lugar do Bolsa Família.

Com mais de 18 anos , o Bolsa Família, que ganhou reconhecimento internacional pela sua eficácia baixo custo ao estado, já foi aplaudido até mesmo pela ONU (Organização das Nações Unidas) pelo êxito em sua contribuição para redução da pobreza e melhora nos indicadores de desenvolvimento humano, além de reconhecer a mulher como chefe de suas famílias, priorizando o recebimento do benefício a elas.

“Mudança nos programas sociais se fazem necessárias sempre que o intuito é beneficiar e garantir mais direitos aos que de fato necessitam deles, porém mudanças sem clareza, como serão implementadas, e muita complexidade, trazem insegurança e dúvidas diretamente para os beneficiários e para nós operadores da política pública”, ressaltou Solange Moreira, secretária nacional da Igualdade Social do Solidariedade.

O desacordo gerou tensão entre o Ministério da Economia, presidente e apoiadores, que até mesmo solicitaram ao presidente a retirada do economista da pasta.

Preocupado com a desestruturação do programa e a possibilidade de o programa não prosseguir, mesmo após a extinção do Bolsa Família, o vice-presidente nacional do Solidariedade, Jefferson Coriteac, aponta que “A população pode ser ainda mais prejudicada, tem muita gente que sobrevivia e ainda sobrevive com o auxílio”

Imagem: Sérgio Lima / Poder360

Fica claro que não havia a necessidade de recriar um programa que sempre deu suporte a população carente, a alternativa mais coerente seria incluir um acréscimo emergencial, por conta da pandemia, da crise econômica e os demais brasileiros que necessitam do benefício.

“É uma medida extremamente populista, quer mudar o nome pra não dizer que melhoraram o Bolsa Família, o programa do governo anterior. É pra satisfazer o ego de alguns, inclusive do presidente [Bolsonaro], para dizer que o programa anterior não funcionava, o que não é verdade já que sustentou muita gente e deu a oportunidade das pessoas se estruturarem”, frisou Coriteac.

O secretário do Trabalho, Emprego e Renda do Solidariedade (SP), Cláudio Prado, pontuou que o auxílio emergencial, em 2020, tinha mais de 66 milhões de participantes. Em 2021, o valor desceu para 45 milhões de pessoas. Naquela época se descobriu mais de 40 milhões de pessoas que estavam escondidas, pessoas que não tinham recursos, documentação ou acesso ao CadUnico, estavam invisíveis. “Pra onde foram os outros mais de 50 milhões, já estão todos empregados? Já estão todos trabalhando? Todos têm renda? Não é só aumentar o valor da parcela”, enfatiza.