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Câncer 29/08/2023

Seminário debate integração entre Centros e Unidades de alta complexidade no tratamento do câncer

Seminário debate integração entre Centros e Unidades de alta complexidade no tratamento do câncer
Foto: Pedro Francisco

Até a próxima quinta-feira (31/08) boa parte das atenções da Câmara dos Deputados estará voltada para o Seminário de Integração dos Centros e Unidades Especializadas em Oncologia – Cacons e Unacons.

Cacons são Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia e as Unacons são Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia. Tanto um quanto outro oferecem assistência geral e especializada, e integral ao paciente com câncer. Essa assistência especializada reúne sete especialidades: diagnóstico, cirurgia oncológica, radioterapia, quimioterapia (oncologia clínica, hematologia e oncologia pediátrica), medidas de suporte, reabilitação e cuidados paliativos.

Reconhecimento

Logo na abertura do evento, o deputado Weliton Prado (Solidariedade – MG), que tem no combate ao câncer o pilar central de seu mandato, afirmou que é a primeira vez que se faz um evento com o objetivo de ouvir e conhecer de perto a realidade de quem trabalha na linha de frente do enfrentamento ao câncer:

“São esses profissionais que estão ali olho no olho com o paciente. Nada mais justo do que fazer um seminário para ouvir esses profissionais”, avaliou.

O parlamentar está preocupado com o avanço da doença. “O câncer tem crescido de forma assustadora após a pandemia. Só este ano, a estimativa é de mais de 700 mil novos casos de câncer”, lamentou. Ele frisou também que a doença tem cura mas, para isso, é fundamental o diagnóstico precoce e o tratamento no tempo certo.

”Em média, a cada 4 semanas de demora para iniciar o tratamento, aumenta o risco de morte em mais de 13%. São 50 mulheres todos os dias que morrem de câncer de mama”, diz Weliton Prado, que tem defendido novas fontes de recursos para o combate à doença no Brasil.

O dilema do diagnóstico de câncer no Brasil

O Secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda, afirmou que hoje é essencial que os profissionais das 55 mil equipes do Saúde da Família precisam ser preparados para suspeitar de que determinados sintomas podem ser indicativos de um tipo de câncer:

 “O diagnóstico é um enorme dilema do Brasil hoje para o câncer. Mesmo em São Paulo, estado mais rico do país, o diagnóstico é um desastre”, alertou o secretário, que afirmou haver muitas deficiências nessa área.

Atento a essa realidade, Helvécio informou que espera que já na próxima quinta-feira seja aprovada a primeira Política Nacional de Atenção Especializada e Saúde (Pnaes) para dar as diretrizes a serem adotadas pela União, pelos estados e municípios e pelo DF na condução da atenção especializada. O secretário foi categórico ao dizer que é preciso “equacionar esse verdadeiro horror dos tempos de espera para exames, consultas e cirurgias eletivas, incluindo e de forma mais dramática o câncer”.

Com isso, a ideia é que a partir de setembro seja possível fazer uma proposta que ele considera ousada para propor pacotes diagnósticos e, a partir daí, destravar o problema do diagnóstico em cada uma das 255 regiões de saúde no Brasil:

“Depois de 35 anos de SUS não é possível termos cidadãos de primeira e segunda categorias no tratamento do câncer”, lamentou Helvécio.

O caminho pela conscientização

A presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, foi categórica ao afirmar que

“precisamos de políticas públicas fortes, assertivas, com foco no povo e para o povo” se quisermos que a equidade e o acesso à saúde sejam uma realidade.

O Instituto Lado a Lado pela Vida foi o idealizador da campanha Novembro Azul, em prol da saúde do homem do Brasil. Depois dela, vieram outras campanhas de saúde, sempre usando a informação e a conscientização como armas poderosas. Marlene defende que o Brasil precisa de uma política nacional de prevenção e acompanhamento do câncer.

Weliton Prado aproveitou para lembrar que “a Política Nacional de Enfrentamento ao Câncer foi aprovada pela Câmara e já está no Senado e é um sopro de esperança na vida dos brasileiros. Há uma estimativa de que daqui a seis anos, o câncer será a doença que mais vai matar não só no Brasil, mas no mundo”.

Para o deputado, a criação de uma rubrica própria que atenda à Política Nacional de Enfrentamento ao Câncer (com recursos vindo de bitcoins apreendidos com o crime organizado e que estariam parados, acordos judiciais além de uma parcela de recursos vinda do tabaco, cigarro, de bebidas alcoólicas e não alcoólicas) deve ser o próximo passo natural no combate à doença no Brasil.

Três dias de debates

O seminário está ocorrendo no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, durante todo o dia.

Nesta quarta-feira (30/08), haverá painéis sobre o financiamento da oncologia, a incorporação de novas tecnologias e novos medicamentos, a regionalização e a regulação.

Na quinta-feira (31/08), os debates serão sobre os avanços da oncologia no mundo, a importância da reabilitação, a judicialização na oncologia e o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos Cacons e Unacons.

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Claudia Brasil / Solidariedade na Câmara