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Câmara aprova texto que dá prioridade no SUS ao atendimento físico e psicológico de mulheres vítimas de violência
O Brasil maltrata suas mulheres. Em 2022, 245 mil mulheres foram vítimas de lesão corporal dolosa. 75 mil estupros foram registrados no ano que passou, o maior número da história do país. Estima-se que 29% das mulheres brasileiras foram agredidas física ou verbalmente ano passado. O Anuário Brasileiro de Segurança (organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública) apontou que todas as formas de violência contra a mulher pioraram em 2022. As vítimas dessa onda de violência ganham cicatrizes físicas e psicológicas. Lembranças dolorosas de que seu corpo, seus direitos e sua própria integridade foram um dia violados.
Reparação prioritária
A deputada do Solidariedade da legislatura de 2019 a 2022, Marília Arraes (PE), em 2019, já consternada com esses números e preocupada com a recuperação das vítimas de violência, apresentou o projeto de Lei 715/2019, que dá prioridade na fila de cirurgia plástica reparadora do SUS para mulheres vítimas de qualquer tipo de violência que ficaram com sequelas físicas ou estéticas. A proposta também dá prioridade ao atendimento psicológico para essas mulheres. Esse texto, tão importante por proporcionar amparo, acolhimento e reparação a essas mulheres, demorou quatro anos para ser aprovado pela Câmara.
Para Marília Arraes, esta proposta, que proporciona amparo e reparação, é tão importante quanto condenar e prender os autores desses crimes:
“A violência física é acompanhada da violência psicológica. Essa diferenciação faz sentido apenas na discussão da abordagem, para que se possa compreender melhor a necessidade que a vítima apresenta ao buscar ajuda. Em qualquer situação, porém, o olhar sobre o problema deve ser o mais amplo possível, para que a mulher, criança ou adolescente agredida, seja vista e acompanhada na sua integridade. E receba apoio, proteção e auxílio para recuperar sua saúde e sua dignidade.”
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Bruno Angrisano / Solidariedade na Câmara