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Mulher 09/03/2022

Somos maiores em números, mas menores em cargos de liderança e mandatos políticos

Loreny Caetano
Loreny Caetano
Secretária nacional do Solidariedade Mulher
Somos maiores em números, mas menores em cargos de liderança e mandatos políticos
Mulheres ocupam apenas 15% de todos os cargos e mandatos com tomada de decisão do Brasil (Foto: iStock)

Porque mulher não vota em mulher? Estamos em ano de eleição e é importante refletirmos quais motivos levam uma sociedade onde mulheres não confiam em outras mulheres para representá-las em cargos de liderança e poder. O fato é que precisamos acelerar o processo de igualdade política de gênero no Brasil.

De acordo com uma projeção feita pelo Instituto Patrícia Galvão, apenas no ano de 2118 é que conseguiremos equiparar a quantidade de mulheres em mandatos políticos no país, essa é uma projeção longínqua demais e não podemos permitir que isso aconteça, sendo assim, o Solidariedade e os demais partidos políticos têm a obrigação de preparar, auxiliar e amparar mulheres para acelerar o processo de ocupação nos cargos políticos do Brasil.

Se tratando de orçamento público, fator determinante para resolver os problemas da sociedade, as mulheres precisam de políticas públicas voltadas a elas, assegurando e combatendo à violência, as agressões físicas e psicológicas, garantindo livre acesso ao mercado de trabalho, desenvolvimento econômico, a criação de novas creches para que essas mulheres-mães se sintam seguras ao deixar seus filhos enquanto trabalham, incentivos a liberdade econômica e ao empreendedorismo e tantas outras políticas que demandam do orçamento público, que nada mais é do que o dinheiro que vem dos nossos impostos.

Se considerarmos que o número da população feminina é de 52% da nação brasileira, saberemos que a maior parcela dos impostos arrecadados também é oriunda da sociedade feminina, ou seja, são as mulheres que mais financiam o funcionamento dos governos e de todos os serviços públicos. Considerando o estado de São Paulo, somos cerca de 23 milhões de mulheres e na LOA (Lei Orçamentaria Anual), o valor destinado especificamente às mulheres é de cerca de R$ 170 milhões. Se dividirmos os RS 170 milhões por 23 milhões (mulheres do estado de SP), o resultado é de R$ 7,39 para cada mulher, aí eu pergunto: “é possível fazer algum tipo de projeto, programa ou política pública com seriedade para tratar dos assuntos importantes às mulheres com pouco mais de R$ 7,00 por ano? É descabível, desumano.

Os problemas da saúde feminina, equiparação salarial, incentivo das meninas e mulheres na ciência, pobreza menstrual e tantos outros temas relevantes as mulheres, só serão possíveis se cada vez mais mulheres estiverem à frente de cargos de decisão, pois apenas as mulheres podem sentir na pele suas reais necessidades, sem contar que por serem mães, esposas, filhas, também conhecem as necessidades dos homens, e com certeza, sabem tomar as melhores decisões para suas cidades, estados e país. Mulheres na política e na gestão pública são sinônimo de uma sociedade mais desenvolvida e com mais qualidade de vida.