Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019, o Brasil tinha mais de 20 milhões de idosos. A projeção é que esses números ultrapassem 73 milhões daqui 40 anos. Em 2060 o país terá mais idosos do que crianças e 25% da população terá mais de 65 anos, estima o Instituto. Esses avanços fizeram com que a expectativa de vida chegasse a 76,3 anos, já em 2018.

Estudo realizado pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, disponível na RAIS (Relação Anual de Informação Sociais), constatou que o número de pessoas com mais de 65 anos que estão trabalhando com carteira assinada aumentou 43% entre 2013 e 2017, saltando de 484 mil para 649,4 mil.

Apesar desses dados que mostram o aumento do número de idosos que estão no mercado de trabalho, esse cenário não é tão positivo quanto parece. De acordo com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), o desemprego entre idosos também teve um aumento significativo, saindo de 18,5% em 2013 para 40,3% em 2018.

Frente essa realidade demográfica, precisamos nos preparar para organizarmos, enquanto sociedade, um “modus operandi” coletivo, adequado aos recursos potenciais dessa população que hoje, apesar de alguma melhora inclusiva, ainda é estigmatizada pela sua idade sênior.  

Existe uma diferença entre inteligência e sabedoria. A sabedoria é uma qualidade que pode ser encontrada com mais frequência em alguém que passou por mais experiências na vida, e que acumulou mais saberes. Não é uma condição obrigatória para os que vivem mais, mas sem dúvida, vamos encontrar em pessoas que experimentam mais fatos em sua trajetória de vida, que sabem refletir e extrair lições dessas vivencias, maiores condições de sabedoria. Dessa forma, podemos entender porque os idosos são mais resilientes quando algo de errado ocorre no seu espaço de trabalho, sua experiência na vida sabe que pode esperar uma nova oportunidade, para retomada do seu ato de trabalho para um possível novo resultado. Os idosos são, também, mais comprometidos com o trabalho, isto é, o colocam em primeiro lugar. Ou seja: contratar pessoas mais idosas, pode gerar mais produtividade ao seu negócio.

Na realidade brasileira onde 70% dos aposentados, recebem apenas um salário mínimo, a necessidade de voltar ao mercado de trabalho é uma necessidade para complementar renda para sobrevivência. Para os que não vivem com essa necessidade, mas que seu envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas naquilo que pode contribuir e sentir-se incluído na sociedade. A OMS (Organização Mundial da Saúde) adotou o tema “envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista desta visão.

Diversidade inclusiva etária, é um compromisso que toda a sociedade deve assumir, promovendo políticas públicas que facilitem essa inclusão. A responsabilidade social genuína tem muito valor, principalmente quando não tem intuito de apenas cumprir legislação e políticas de cotas.