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Aposentados, Pensionistas e Idosos 11/06/2025

Ministro da previdência Wolney Queiroz fala na Comissão do Idoso sobre as fraudes em descontos automáticos na Previdência

Ministro da previdência Wolney Queiroz fala na Comissão do Idoso sobre as fraudes em descontos automáticos na Previdência
Foto: Pedro Francisco

A Comissão em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa realizou, em conjunto com a Comissão de Previdência e Assistência Social, uma audiência pública conjunta para ouvir o ministro da Previdência e Assistência Social Wolney Queiroz. A audiência foi requerida pelo deputado do Solidariedade Zé Silva (MG), presidente da Comissão do Idoso.

O ministro foi interrogado pelos parlamentares integrantes das Comissões sobre os descontos automáticos indevidos feitos nas aposentadorias e pensões dos segurados do INSS, as investigações em curso, como o Instituto vai evitar que novas fraudes aconteçam, e como os aposentados e pensionistas serão ressarcidos.

Combate às fraudes

Wolney iniciou sua apresentação trazendo os números da Previdência Social, considerado o maior programa de transferência de renda do mundo. A Previdência repassa aos 40 milhões de beneficiários 77,8 bilhões de reais por mês, cerca de 1 trilhão por ano. A autarquia tem 99,3 milhões de segurados.

O ministro explicou que foi empossado para investigar as fraudes até o fim, para defender os interesses dos aposentados, devolver cada centavo roubado dos aposentados e blindar o INSS contra novas fraudes:

“Pedi ao Presidente Lula que não fizesse celebração para minha posse. Pois é uma honra ser empossado ministro, mas eu tenho uma responsabilidade com os aposentados de resolver esse problema grave, com circunstâncias desafiadoras e que não me trazem alegria, trazem indignação.”

Ele também adiantou o lançamento em 12 de junho de um Plano do Ministério para identificar e classificar os riscos à integridade do INSS e propor ações específicas de mitigação e combate a fraudes. O Plano criará um Comitê de controle interno ministerial  com a participação de representantes do INSS e PREVIC. Esse Comitê será responsável pelo acompanhamento das recomendações dos órgãos de controle interno e externo, bem como ações voltadas à integridade, transparência e gestão de riscos do órgão.

Queiroz reforçou que os descontos associativos foram criados em 1991 pelo Congresso Nacional e cabe ao Congresso decidir o que fazer com eles. Ele ainda disse que os primeiros indícios de descontos automáticos indevidos surgiram em 2017, e que o governo anterior apresentou duas medidas provisórias para adiar, e depois extinguir, as revalidações dos descontos automáticos a cada três anos, que poderiam ter dado fim a esses descontos considerados abusivos. O ministro finalizou dizendo que a fraude não começou nesse governo mas vai terminar nele.

Cobrança certeira

O deputado Zé Silva (MG), ao assistir as respostas de Wolney, lembrou ao ministro que esse é o tema de maior peso da Comissão do Idoso em 2025, e que essa fraude deve ser estancada agora, não pode acontecer mais. O parlamentar mineiro lembrou que em Minas Gerais 100% dos aposentados apontaram algum desconto não autorizado em seus benefícios. Zé Silva ainda lembrou que em 2017 ele já havia identificado descontos indevidos na aposentadoria da mãe e, então, apresentou o projeto de lei 8593/2017, que exigia a renovação anual dos descontos automáticos para os aposentados e pensionistas.

O presidente da Comissão do Idoso também cobrou três conjuntos de dados do ministro da Previdência: a lista das entidades públicas ou privadas que tinham convênios ou acordos com descontos associativos, as datas de início de descontos de cada entidade, e que medidas foram adotadas para coibir as irregularidades. Para o parlamentar, esses dados são fundamentais para a discussão dos PLs sobre o assunto em tramitação na Câmara.

O deputado finalizou ressaltando a importância de se separar os golpistas de entidades que auxiliam de verdade os aposentados e pensionistas:

“Como o senhor disse, ministro, precisamos separar o joio do trigo. N podemos fechar as entidades sérias que prestam serviços aos aposentados e pensionistas, como sindicatos de trabalhadores, que fazem a declaração de aptidão, ou entidades que auxiliam com financiamentos a essas pessoas, então fechar tudo não é a solução. Isso é como se o Brasil estiver numa crise, aí fecha o Brasil. A solução é prender os criminosos que pegaram o dinheiro dos aposentados.”