Não é segredo para ninguém que a pandemia gerada pelo coronavírus aumentou ainda mais a crise financeira e consequentemente a fome de milhares de brasileiros, no entanto, há outros fatores que contribuem para que a população conviva com a insegurança alimentar.

De acordo com dados divulgados por especialistas à Folha de S.Paulo, o fim de programas sociais de estímulos à agricultura familiar, de combate à fome e o baixo valor do Bolsa Família, tem feito faltar comida na mesa de milhares de famílias, sem contar o aumento da taxa de desemprego que só cresce.

Em 2020, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional divulgou que 19 milhões de brasileiros passam fome no Brasil, número quase dobrou em relação ao ano de 2018, quando 10,3 milhões de pessoas estavam em situação de fome no país.

Com base em registros feitos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2013, mais de 77% dos brasileiros estavam em nível de segurança alimentar, inclusive, no ano seguinte, o país deixou o chamado Mapa da Fome da ONU. Já em 2017 o número de cidadãos que estavam em segurança alimentar baixou para 63,3%.

Em 2020 a insegurança alimentar no país ficou na casa dos 59% dos domicílios entrevistados e se apresenta em três níveis: leve (preocupação com quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis), moderada (restrição quantitativa de alimento) e grave (identificada como fome).

Segundo Kiko Afonso, diretor executivo da ONG Ação da Cidadania, “A fome é consequência de uma série de erros de políticas públicas e de destruição de políticas públicas”.

O Solidariedade defende a criação de políticas públicas de combate à fome e a insegurança alimentar, além de estimular a criação de novos empregos, o reajuste nos valores do Bolsa Família e a atualização da linha real de pobreza do país, assim todas as famílias que enfrentam situações difíceis poderão ter acesso a programas sociais.

Fonte: BBC