Carregando...

Notícias

Cultura, Esporte e Lazer 25/07/2021

Combate à violência doméstica: política pública, orientação e defesa pessoal para mulheres

Combate à violência doméstica: política pública, orientação e defesa pessoal para mulheres
Crédito: Elisa Mustafa

A violência contra mulheres em Mato Grosso do Sul ainda apresenta dados considerados alarmantes, pensando nisso, o empresário Jorge Markes, da Academia Markes Top Team, realizou no sábado (24), uma oficina de defesa pessoal com cerca de 50 mulheres, que reuniu a policial civil Loiuse Penhavel, a psicóloga da Casa da Mulher Brasileira, Márcia Paulino e o vereador Papy para um bate-papo com as participantes.

“Uma mulher que sabe se defender tem uma autonomia maior para sair de casa. Muitas saem muito cedo para ir ao trabalho, para levar o filho à escola, e sabendo se defender, terão seu direito de ir e vir preservados”, afirmou Markes.

Louise é policial desde 2013 e já atuou na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) da capital, onde vivenciou muitas histórias de violência doméstica. Ela compartilhou um pouquinho da experiência vivida e deixou para as participantes a mensagem da força feminina.

A psicóloga Márcia trabalha desde 2007 na área de violência contra mulher. Segundo a profissional, a violência sempre existiu, mas agora as mulheres estão acreditando mais em uma solução e estão denunciando.

“Num momento de violência, as mulheres precisam estar juntas dando força umas às outras, sejam amigas ou não. A violência começa de maneira discreta, fiquem atentas às pequenas coisas do relacionamento”, orientou a psicóloga.

Entre janeiro e junho deste ano foram registradas 10.143 denúncias de violência doméstica no estado e 3.476 em Campo Grande. O número de feminicídios neste ano já atingiu 19 vítimas no estado, sendo apenas um em Campo Grande.

Também participou da conversa o vereador Papy, autor de quatro leis destinadas às vítimas de violência e um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal, falou da dificuldade de desenvolver políticas públicas voltadas ao tema.

“Política pública só é eficiente se tiver informação, dados consistentes. Muitas vezes quando a mulher é abusada ou sofre violência, ela fica constrangida em falar, então ela esconde os fatos: “eu vou resolver isso”; “eu vou dar um jeito”; “eu vou largar dele”. Então o governo, o poder público fica sem esse tipo de informação. O dossiê reúne as informações e transforma isso em indicativo para fazer política pública, para saber quem é a vítima, como agiu, em quais condições isso acontece, é mais na periferia ou na alta sociedade, onde que é? Em que circunstâncias isso acontece?”, afirmou o vereador.

O dossiê a qual Papy se refere é a lei 6.289/19 de sua autoria, que trata da elaboração de estatísticas sobre as vítimas de violência atendidas pelas políticas públicas em Campo Grande, com objetivo de servir de estudos e políticas públicas para as mulheres.

A mestre

Essa não foi a primeira vez que a professora de jiu-jitsu Isabela Barbosa ministrou um curso de defesa pessoal para mulheres. Com um grupo diversificado de alunas que já praticam algum tipo de luta, outras que nunca pisaram num tatame, ela sentiu uma dedicação a mais das participantes.

“Foi muito bom, porque as meninas pegaram bem os movimentos, entenderam o recado, se entrosaram. Foi uma forma divertida de falar sobre algo muito sério”, disse Isabela.

Apesar da defesa pessoal ter algumas técnicas de luta, a professora ressaltou que ter esse tipo de conhecimento não é um incentivo para revidar numa briga, principalmente se a outra pessoa estiver armada.

“Deixo sempre claro que não estou estimulando a reagir, principalmente à mão armada, nem procurar brigas. A ideia é minimizar os danos, conseguir se desvencilhar e se salvar, que é o mais importante”, explicou.

Assessoria de Comunicação