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Fique de olho 06/09/2021

Bolsonaro aposta em manifestações para agravar crise institucional

Bolsonaro aposta em manifestações para agravar crise institucional
Foto: Correio Braziliense.

O dia 7 de setembro comemora o 199º aniversário da Proclamação da Independência. A data já é considerada tradicional no meio político, sempre registrando um momento de mobilizações populares. Neste ano, a expectativa é de um dia tenso, já que o  presidente Jair Bolsonaro convoca seus ainda apoiadores como forma de buscar uma demonstração de força frente à crise institucional que seu governo vive. Também em um contexto de crise econômica, a popularidade do presidente é a menor desde que assumiu.

Inicialmente, Bolsonaro e seus apoiadores tinham como objetivo pressionar o Congresso Nacional a aprovar o voto impresso nas eleições de 2022. O presidente via no feriado a possibilidade de trazer este debate às ruas e demonstrar o apoio popular ao tema, porém, após a Câmara dos Deputados rejeitar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tratava sobre isso, a bandeira perdeu força.

Tendo em vista os recentes embates do Poder Executivo com o Judiciário, mais especificamente com os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), as convocatórias ao ato passaram a ser ataques e tentativas de repudiar os ministros. Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e Alexandre de Moraes, ministro do STF e condutor dos inquéritos sobre atividades antidemocráticas e fake news, estão no centro das críticas do presidente e seus apoiadores, que contestam as decisões recentemente tomadas pelo Judiciário alegando abuso de poder.

Duas prisões de apoiadores de Bolsonaro foram pedidas por ministros do STF recentemente.  O ex-deputado Roberto Jefferson, atual presidente do PTB, foi detido no mês passado após defender publicamente que deveria haver uma ruptura institucional. O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) postou em suas redes sociais um vídeo onde fazia ameaças a ministros e foi preso no dia 24 de junho.

Além disso, o inquérito das fakes news segue investigando a campanha de 2018 e as atividades de apoiadores em redes sociais. Para Bolsonaro, a mobilização no dia 7 de setembro é uma oportunidade de demonstrar força popular e tecer críticas aos ministros.

Para a oposição, os atos convocados como forma de criticar o Poder Judiciário colocam em risco a democracia do país. O tom adotado por Jair Bolsonaro nas convocações também foi muito criticado. O presidente falou em “ultimato” e “nova independência”. Diversos atos contrários às ações do presidente também estão marcados para o dia 7, o que mostra uma disputa de forças e demonstra sua impopularidade frente suas decisões

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