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Por um Brasil rural bem mais forte: uma reflexão sobre o SUATER e o Pacto pela Extensão Rural
O Brasil rural pulsa na diversidade de seus agricultores, na riqueza de suas culturas e na força de quem transforma a terra em sustento para milhões. Amanhã celebraremos os 76 anos da Extensão Rural, instituída em 1948, em Minas Gerais, e também o Dia do Extensionista Rural, oficializado pela Lei nº 12.386, por iniciativa do deputado mineiro NárcioRodrigues.
Para mim, o extensionista é mais do que um agente técnico, é a principal esperança de milhares de famílias rurais sentirem a presença do Estado e terem acesso a conhecimento e suporte para transformar seus desafios em oportunidades.
Como parte das comemorações, estou realizando um seminário, contando com a participação de importanteslideranças e representantes do setor.
Este evento é uma oportunidade ímpar para reforçar a relevância da criação do Sistema Único de Assistência Técnica e Extensão Rural (SUATER) e fortalecer o Pacto pela Extensão Rural. São iniciativas que visam garantir um campo mais sustentável, produtivo e inclusivo, reconhecendo o papel vital dos agricultores familiares e dos extensionistas na construção de um Brasil mais justo e próspero.
Afinal, as engrenagens que movem essa potência silenciosa, muitas vezes, são negligenciadas.
Na 66ª Assembleia Geral Ordinária da Asbraer, reforcei a proposta do Sistema Único de Assistência Técnica e Extensão Rural (SUATER). Mais do que um projeto, o SUATER é a construção de um modelo tripartite, no qual União, estados e municípios compartilhem responsabilidades na gestão e financiamento do serviço de ATER. A proposta visa sanar um problema histórico: a insuficiência de recursos e a fragmentação da assistência, que dificultam o acesso de pequenos produtores às políticas públicas.
SUATER: Unidade para transformar
Hoje, os estados brasileiros destinam juntos pouco mais de R$ 3 bilhões para atividades de assistência técnica e extensão rural. Entretanto, essa contribuição, isolada, é insuficiente para alcançar a capilaridade necessária. A minha defesa é que o Governo Federal garanta, no mínimo, 30% dos recursos para a execução do serviço, em uma parceria contínua e estratégica com estados e municípios. Esse modelo unificado não apenas amplia a eficácia das políticas públicas, mas assegura que os recursos sejam aplicados de maneira equitativa, beneficiando as regiões mais vulneráveis.
A assistência técnica e a extensão rural são a ponte entre o agricultor e o conhecimento. É por meio dela que técnicas sustentáveis, inovações e práticas eficientes chegam ao campo. Sem essa conexão, muitos agricultores familiares enfrentam dificuldades para acessar programas de crédito, comercializar seus produtos ou melhorar sua produtividade. O SUATER, portanto, é mais que um sistema, é um pacto social para garantir dignidade e prosperidade no campo.
O Pacto pela Extensão Rural: fortalecer para incluir
Desde meu primeiro mandato, dedico-me à valorização do serviço de extensão rural. Construímos o Pacto pela Extensão Rural, uma iniciativa que reforça a importância de destinar recursos adequados para as entidades de ATER e ampliar sua capilaridade. Nosso objetivo é garantir que mais produtores sejam beneficiados, especialmente aqueles em regiões remotas, onde a assistência é ainda mais escassa.
O fortalecimento da extensão rural não é apenas uma questão técnica, é uma demanda ética. Agricultores familiares são responsáveis por grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Porém, muitos enfrentam desafios que vão além da produção, como regularização fundiária, acesso a mercados e resiliência frente às mudanças climáticas. A ATER tem o papel crucial de apoiar esses agricultores na superação dessas barreiras, promovendo justiça social e desenvolvimento sustentável.
Caminhos para a transformação
No Congresso, apresentei diversos Projetos de Lei voltados para o reconhecimento e valorização do serviço de ATER, destino recursos de mineração e royalties de petróleo. Apenas a aprovação de três deles já seria suficiente para resolver metade dos problemas de financiamento desses serviços essenciais. Essa é uma agenda prioritária, que demanda a união de esforços entre o Legislativo, o Executivo e a sociedade.
Investir em ATER é investir no Brasil. É reconhecer que a força do campo depende de políticas públicas robustas, gestão eficiente e, acima de tudo, de um compromisso coletivo com quem transforma a terra em vida. Que o SUATER e o Pacto pela Extensão Rural sejam não apenas projetos, mas marcos de uma nova era para o rural brasileiro.
Aprovação de recursos na comissão para Ater
Garanti, junto à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, R$ 500 MILHÕES para a ATER, na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. Dobramos o orçamento, se comparado a 2024.
Além disso, conseguimos R$ 800 MILHÕES para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e R$ 500 MILHÕES para a Embrapa- pesquisa e inovação agropecuária.
Mais uma importante vitória para a ATER, para o agro, para agricultores e para a população, que consome os alimentos que o campo produz!
Com essas iniciativas, seguimos firmes no propósito de construir um país que reconheça e valorize sua raiz mais genuína: o campo.