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Liberdade de imprensa e democracia
Segundo levantamento da ONG Repórteres Sem Fronteiras, divulgado este ano, o Brasil ocupa a 82ª posição no ranking de liberdade de imprensa entre os 180 países citados. É a melhor colocação do país nos últimos dez anos, que desde 2022 subiu 28 posições na lista.
O ranking reflete um cenário animador para a imprensa brasileira, que chegou entrar na zona vermelha do ranking em 2021, tendo seu exercício pleno ameaçado, mas ao mesmo tempo nos faz refletir: o que falta para subir mais posições?
A liberdade de imprensa garante que jornalistas possam investigar e publicar informações livremente, possibilitando o acesso à informação ao povo, conforme o art. 5º da Constituição Federal.
Entretanto, segundo levantamento da Unesco, em 2022, foram registrados um assassinato de jornalista a cada quatro dias no mundo, um aumento de 50% em comparação a 2021, com 86 mortos.
Já a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) relatou em abril desse ano, por meio do relatório “Violação à Liberdade de Expressão”, que o Brasil registou 112 casos de violação a liberdade de imprensa em 2023, dentre elas agressões, ameaças, intimidações, injúrias e outros tipos de violação.
Apesar de o número divulgado pela Abert indicar uma redação de 19% em relação ao número de casos em 2022, ainda é preocupante que esse tipo de violação ocorra no país, pois a ameaça à liberdade de imprensa é uma ameaça ao exercício da democracia tanto em grande quanto em larga escala.
Mesmo com a melhora nas condições políticas para o exercício da profissão no Brasil, elas pioraram em grande parte dos países. Entre os cinco indicadores que compõem a pontuação — dentre eles: econômico, político, legislativo, social e de segurança —, o político foi o que mais caiu em 2024.
O dado chama atenção, pois aponta que a liberdade de imprensa está sob pressão crescente das autoridades políticas e os governantes não têm garantido acesso à justiça nos casos de crimes ligados ao exercício da profissão. Isso preocupa, pois é com a garantia da liberdade do trabalho dos jornalistas que o poder público é fiscalizado.
A imprensa tem papel fundamental no exercício da democracia, por isso é importante que haja proteção e respeito pela liberdade dos jornalistas bem como uma atuação ética nas coberturas e trabalhos jornalísticos. Por isso, no Solidariedade, respeitamos e chegamos junto na luta por um Brasil mais democrático com liberdade de imprensa.