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Brasil: um país com impostos de Suécia e condições de vida de África
A questão dos impostos no Brasil sempre foi um tema espinhoso. Em média, são 150 dias de trabalho para pagar impostos. Se somarmos os impostos sobre a renda, patrimônio e consumo, a carga chegou a mais de 40% em 2024, com a arrecadação superando 3 trilhões de reais. Não se pode negar que um país sem impostos é inviável, mas a cobrança, sem a contrapartida dos serviços públicos essenciais, como saúde, educação, segurança e moradia, gera dois efeitos negativos: pobreza e revolta. Pobreza, porque tira do cidadão uma fatia substancial de sua renda, e revolta, porque o imposto não é convertido em benefício social que realmente melhore a qualidade de vida.
Entre taxas, imposto de renda na fonte, imposto sobre o faturamento das empresas, imposto sobre a produção e seus respectivos produtos, o sistema tributário brasileiro é uma verdadeira cadela no cio: insaciável. Esse é o Brasil, que não quer mudar. A recente reforma tributária aprovada no Congresso, repleta de penduricalhos, mais se assemelha a uma maquiagem do que a uma verdadeira transformação na base tributária do país. É um faz de contas, uma mudança superficial que não trará as transformações profundas necessárias, exceto no que diz respeito à forma mais eficiente de arrecadar.
No entanto, a questão vai além da carga tributária. É preciso enxugar a máquina pública, cortar gastos desnecessários e combater a sonegação e a corrupção. Estamos ainda distantes desse rumo, e a inquietação é visível tanto nas redes sociais quanto nas ruas. O cidadão encontrou uma forma mais interativa de participar da política nacional, expressando suas opiniões e exigindo transformações reais através das redes sociais. Contudo, falta à política a capacidade de se transformar de fato. As mudanças que o cidadão clama estão cada vez mais urgentes. O momento de agir é agora.