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A importância da vacinação contra Covid-19 em crianças
Em 1804 foi realizada a primeira campanha de vacinação em massa no Brasil contra a varíola, desde então, muitos desafios foram enfrentados e superados no combate as doenças imunopreveníveis.
A recente chegada da vacinação contra a Covid-19 para nossas crianças é uma grande vitória de nossa saúde pública e a nota técnica emitida em 28 de dezembro de 2021 pela FIOCRUZ/ Ministério da Saúde, traz segurança, respaldo aos médicos e profissionais da saúde e também tranquiliza a população.
Em nota a FIOCRUZ ratifica e recomenda, diante do registro da ANVISA (Agência Regulatória Nacional) a vacina contra a Covid-19 para crianças a partir de 5 anos de idade. Ressalta a grande relevância desta vacina na saúde pública, por atuar na mitigação de formas graves e óbitos nesta faixa etária, por colaborar potencialmente na redução da transmissibilidade da doença e por ser uma das mais importantes estratégias para o retorno e manutenção segura das atividades escolares presenciais.
Foi considerado dados importantes e fidedignos de epidemiologia da Covid-19 em crianças no Brasil e em outros países como os casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) hospitalizados, confirmados por Covid-19, óbitos e adoecimentos, SIM-P (Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica – associada a Covid-19). Esta síndrome é uma grave complicação da infecção pelo SARS-CoV-2 em crianças, uma condição que gera inflamações em diferentes partes do corpo, incluindo coração, pulmões, rins, cérebro, pele, olhos ou órgãos gastrointestinais e no Brasil, no ano de 2020 ocorreram 728 casos de SIM-P e em 2021 sendo importante considerar o impacto da Covid-19 na letalidade também na faixa etária pediátrica.
Além das questões relacionadas à morbidade e à mortalidade em crianças e adolescentes, a pandemia representou importante descontinuidade na vida escolar de crianças e adolescentes nos últimos dois anos letivos. As alternativas hoje disponíveis para evitar ou minimizar os prejuízos pedagógicos, sociais, individuais e emocionais desta descontinuidade da vida escolar são:
- Testes para permanecer na escola – testes semanais, testes de sintomáticos respiratórios e contaminados;
- Vacinação.
Quanto a segurança da vacina
A nota técnica esclarece que todos os mecanismos usuais de monitoramento de segurança e eficácia, como vigilância de eventos adversos, monitoramento de dados de segurança e acompanhamento de longo prazo, permanecem em vigor sem prejuízo na qualidade dos estudos clínicos. Por fim, todos os produtos liberados, continuam sendo monitorados após a liberação pelas agências reguladoras.
Quanto a importância da vacinação em crianças para a segurança nas atividades escolares, uma comunidade escolar saudável requer coberturas vacinais elevadas.
Apoiar a estruturação de políticas que propiciem a vacinação de crianças, em momento oportuno, conforme autorização e recomendações das agências regulatórias, pode contribuir para a manutenção de escolas abertas no ano de 2022, com redução da transmissibilidade do vírus e evitando o surgimento e circulação de novas variantes.
Ressalte-se que o desafio da vacinação de todos é global e exige respostas que propiciem o acesso igualitário às vacinas por todos e para todos os países. A falta de acesso aos imunizantes coloca em risco todo o planeta, com o risco de surgimento de novas variantes mais transmissíveis e até mais agressivas.
Concluindo é recomendável a vacinação contra Covid-19 em crianças a partir de 5 anos de idade. As vacinas são a melhor forma de se evitar mortes e sequelas graves decorrentes de doenças imunopreviníveis.
A incorporação da vacinação contra Covid-19 ao calendário do PNI (Programa Nacional de Imunização) é ferramenta importante no controle da pandemia, ainda que em proporções de agravamento e óbitos inferiores aos visualizados em adultos, as crianças também adoecem por Covid-19, são veículos de transmissão do vírus e podem desenvolver formas graves e até evoluírem para o óbito.
Eventos adversos pós-vacinais são raros nas avaliações conduzidas e menos frequentes que o risco de complicações e óbito pelo coronavírus.
Fonte: https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/recomendacoes _2021-08.pdf