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Juventude 24/04/2023

Trabalho seguro e com dignidade para a juventude

Bruna Pamela
Bruna Pamela
vereadora de Porto Alegre e secretária da Juventude do Solidariedade no Rio Grande do Sul
Trabalho seguro e com dignidade para a juventude
Foto: reprodução

Dia 24 de abril foi instituido para gerar consientização sobre a importância da oferta, de trabalho seguro, primeira oportunidade, de qualidade e agregador a juventude.

Pra quem ainda não me conhece, me chamo Bruna Pâmela, sou filha de dona Sônia, mulher forte, de fibra e sempre presente, e do sr. Jair, meu pai já não se faz presente entre nós, no entanto, tenho certeza que estaria muito feliz com toda a minha história e evolução.

Sou Engenheira Elétrica, atualmente, curso pós-graduação em Segurança do Trabalho, Técnica em Segurança e Socorrista. Sou funcionária do Sindicato dos Empragados do Comércio de Porto Alegre, local em que tive a oportunidade do meu primeiro emprego e estou até os dias de hoje.

Meu trabalho é ficalizar ambientes profissionais, faço palestras e atendo o trabalhador, e para estar aqui, travei lutas imensas comigo mesma, cansaço, isolamento, as vezes tive que perder momentos com minha família (que sempre esteve presente e aceitou essa condição), por isso, agradeço muito a minha mãe e aos meus irmãos: Jonata, Jenifer e Eduarda, por terem tido paciência e por me ajudarem a construir a mulher forte e destemida que me tornei.

Sou secretaria da Juventude do Solidariedade e quando aceitei estar à frente desta Secretaria, entendi que eu não teria mais cor, religião ou gênero, pois teria que lutar por tudo e por todos, afinal, a juventude é a construção do futuro que enxerga a realidade como um todo. Sei que estar à frente de locais de destaque é o sonho de muitos e espaço de poucos, por isso, me empenho para ser cada vez melhor em meus atos, pois com certeza, eles inspiram.

Educação:

Ver nossa educação e nossas ecolas sendo abandonadas não é fácil, mas, também nos enche de orgulho ver casos como o que aconteceu neste último mês de março, onde uma escola do Rio Grande do Sul concorreu com o Brasil inteiro e ganhou prêmio com um projeto de economia.

Nossa prefeitura em parceria com o CIEE disponibilizou 400 bolsas de preparação para o Enem. É uma ótima iniciativa, mas isso nos mostra o quanto é difícil equiparar o ensino público com o ensino privado, e o quanto a pandemia deixou mais diferenças entre os ensinos.

Alimentação:

Alimentação é a base de tudo, e dó quando percebemos que o reajuste do salário mínimo é tão baixo que não conseguem manter o arroz e feijão na mesa das familias.

Nos vemos presos na maior pandemia que conhecemos “a fome” onde famílias precisam escolher se pagam as contas essenciais do mês, água, luz e aluguel ou se colocam arroz e feijão na mesa, e é aí que vemos a “fila do osso”, aumentar significativamente. Sem contar que a falta de qualidade na alimentação nos leva doeças, tais quais obesidade e desnutrição.

Trabalho:

Atualmente, o que vemos no mundo do trabalho também nos assusta: trabalhadores são explorados em níveis tão altos, que podem se equiparar ao trabalho análogo a escravidão. E digo mais, com a pandemia algumas modalidades de trabalho tornaram essa exploração ainda mais evidente, deixando o trabalhador ainda mais desprotegido. A tercerização, o trabalho intermitente, esse é caos do mundo do trabalho onde trabalhadores não tem correções saláriais e consequentemente, perda de direitos.

Transporte Público:

No tranporte público vemos diariamente ônibus estragados e sem manutenção, inclusive posso citar dois exeplos: dia desses, ao ir trabalhar, visualizei um ônibus quebrado, justamente um da linha que utilizo, o que fez o ônibus seguinte demorar ainda mais tempo para passar.

Aos fins de semana, por conta da frota ser diminuída, a espera por transporte é ainda maior e presenciei um cadeirante ser deixado para trás, porque o elevador do ônibus estava quebrado. Fatos como esses nos aborrecem, e muitas vezes, ainda precisamos justificar na empresa o atraso por conta do transporte público ser ruim, defasado e carente de manutenção.

Como explicar na escola que o ônibus quebrou e atrasou o percurso? Isso tudo nos leva ao maior mal do século que é a depressão, as crises de ansiedade que vem se intensificando depois do isolamneto da pandemia. Onde crianças e adultos tem medo do convívio social. Onde podemos ver criaças o retorno as aulas tendo crises de ansiedade e crises de pânico.

Um mundo voltado ao virtual, e nele você também podemos ser agredidos e expostos.

Recentemente também fui vítima de crime virtual, perdi minha página do facebook, instagram e até whatsapp e foi trabalhoso consegui-las novamente.

Neste mundo, muitas coisas ainda precisam ser ajustadas e isso leva tempo. Leva tempo fazermos as escolhas certas, e nossas crianças precisam crescer vendo que é possível mudar e ser melhor a cada novo dia, e essa mudança começa por nós.