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Adultização infantil nas redes: quando a inocência vira mercadoria
A “adultização” de crianças nas redes sociais, denunciada recentemente pelo influenciador Felca, expõe riscos profundos ao desenvolvimento infantil. Trata-se da exposição precoce a comportamentos, estética e sexualidade adultas, muitas vezes amplificada por algoritmos das big techs. Especialistas alertam que essa prática quebra etapas naturais de amadurecimento, distorce a autoimagem e estimula distúrbios emocionais.
O perigo não é apenas psicológico: crianças sexualizadas online se tornam alvo de pedófilos, que podem consumir, compartilhar ou tentar contato direto. Algoritmos, ao perceberem engajamento nesse tipo de conteúdo, tendem a recomendar mais, ampliando o risco.
No plano econômico, a adultização abre caminho para o consumismo precoce, inserindo crianças em mercados de moda, beleza e estética adulta. Além das plataformas, lucram indústrias de cosméticos, agências de marketing, famílias influenciadoras e até redes ilegais de pornografia.
O modelo de negócios é claro: a criança deixa de ser apenas consumidora para se tornar o próprio produto, sua imagem atrai audiência, gera dados e alimenta um ciclo de monetização que transforma a inocência em ativo comercial. O fenômeno, longe de ser isolado, é parte de um ecossistema que explora a infância em nome do engajamento e do lucro.