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Aureo propõe Dia Nacional do Detox Digital para conscientizar sobre uso excessivo de celulares
Você consegue se imaginar hoje sem um celular na mão, seja para trabalhar, se divertir ou para resolver questões como uma transferência bancária? De alguns anos para cá, com as facilidades trazidas pela tecnologias, telefone celular parece ter se transformado no nosso maior aliado para todas as horas.
O problema é: qual o limite entre o uso saudável e a dependência de equipamentos eletrônicos como celulares, videogames, tablets ou computadores?
Nomofobia
A dependência do uso desse tipo de eletrônico é relativamente fácil de se observar e já preocupa profissionais da área médica, da psicologia e da psiquiatria. O que muita gente não sabe é que essa dependência pode se transformar num vício com contornos tão irracionais que já tem até nome: nomofobia.
Nomofobia é uma palavra criada no Reino Unido. É uma abreviação de no-mobile phobia, expressão que descreve o medo irracional de estar sem o aparelho celular ou outros eletrônicos. Na prática, é uma reação exagerada ao simples fato de estar longe do celular.
Apesar de parecer estranho, países como China e Japão já consideram esse tipo de dependência um problema de saúde pública. Por isso, têm investido em centros de reabilitação para pessoas que desenvolvem sintomas como angústia, ansiedade, irritabilidade, medo, crises de pânico, falta de ar, tontura e outros, podendo desencadear até casos de depressão apenas por não estar de posse de um celular.
O sinal de alerta foi dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que classifica essa dependência como uma doença.
Detox digital
Preocupado com esse tipo de problema, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade – RJ) apresentou um projeto de lei que cria o Dia Nacional do Detox Digital, que seria celebrado anualmente, no terceiro domingo do mês de novembro (PL 3360/2023).
Aureo explica que a data seria marcada como um “dia nacional de conscientização para o uso ético, saudável, seguro e moderado dos celulares, videogames, computadores e outras tecnologias”, para debater sobre a necessidade de se estabelecer limites para o uso dessas tecnologias.
As várias faces do vício
O deputado lembra que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, os estudos têm demonstrado que quando esses eletrônicos são introduzidos de forma precoce e prolongada, podem levar a dificuldades de socialização, dificuldades escolares, problemas mentais, aumento da ansiedade, transtornos de sono e alimentação.
Já na adolescência e na fase adulta, o uso excessivo de celulares e videogames pode levar a violência, cyberbullying, sedentarismo, problemas auditivos e visuais, transtornos posturais e lesões de esforço repetitivo.
E num grau de dependência ainda mais avançado, os efeitos podem se traduzir em quadros de depressão, aliciamento de menores por meios virtuais para fazer sexo, pornografia e o acesso facilitado às redes de pedofilia e exploração sexual online.
A necessidade de conscientização
É por todas essas razões que Aureo Ribeiro defende que “é de extrema importância se abordar o tema, pois os pais e cuidadores ainda têm uma visão muito romantizada sobre as telas digitais, e não se atentaram a seus riscos.”
Aureo acredita que é necessário cada vez mais um trabalho de conscientização sobre os problemas provocados pelo excesso de telas e não apenas entre crianças, mas entre todos nós.
Para ele, é essencial o uso consciente e com limites estabelecidos de tempo, evitando priorizar o uso de tecnologias em detrimento do convívio com familiares e da prática de atividades físicas, por exemplo.
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Claudia Brasil / Solidariedade na Câmara