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Com prontuário falso, Prevent recomendava tratamento paliativo
Nesta quinta-feira (7) a CPI da Covid (Comissão Parlamentar de Inquérito) ouviu o advogado Tadeu Frederico de Andrade, atendido pela Prevent Senior quando contraiu a Covid-19. Segundo ele, médicos da operadora usaram o prontuário de outro paciente para tentar convencer a família a tirá-lo da UTI e ir aos cuidados paliativos.
Os médicos da Prevent teriam informado à família que não havia mais cura para o caso de Tadeu, que estava intubado à época, ele relatou que uma médica da Prevent disse as suas filhas que no cuidado paliativo “teria maior dignidade e conforto, e meu óbito ocorreria em poucos dias”. A família, no entanto, não autorizou a desligada dos aparelhos.
Em seu relato ele afirma que só foi mantido com os cuidados na UTI pois suas filhas ameaçaram entrar na Justiça e recorrer a imprensa, além de contratarem um médico particular que ficou “fiscalizando” a atuação do plano de saúde.
Em nota, a Prevent Senior afirmou não ter iniciado tratamento paliativo sem autorização da família e que o prontuário do paciente fez com que uma médica sugerisse a adoção de cuidados paliativos.
Também foi ouvido na quarta-feira (6), o diretor presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Paulo Roberto Rebello Filho, que prestou esclarecimento sobre as ações do órgão a partir das denúncias da operadora de saúde Prevent Senior. Segundo Rebello, a agência não havia sido contatada anteriormente sobre o caso e tomou conhecimento das irregularidades a partir das investigações da CPI.
O presidente da ANS afirmou que medidas estão sendo tomadas para apurar as denúncias, já foram encontrados outros indícios e a Prevent recebeu uma diligência para que prestasse esclarecimento, além disso passou a ser oficialmente investigada pela ANS e um diretor técnico passará a acompanhar os processos internos da operadora.
A CPI também ouviu os depoimentos de Raimundo Nonato Brasil e Andreia Lima, respectivamente sócio e CEO da empresa de logística VTCLOG. Eles negaram que houve recebimento de pagamentos indevidos do Ministério da Saúde e também afirmaram que não têm relações com o deputado federal Ricardo Barros, atual líder do governo na Câmara, e que o mesmo não participou de atividades da empresa.
A VTCLOG é a empresa responsável pelo armazenamento e distribuição de insumos de saúde, incluindo as vacinas. A CPI investiga se houve beneficiamento ilícito de membros do governo, durante os contratos.
Com informações de: G1