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Solidariedade e PRD formalizam federação partidária
O Solidariedade e o PRD (Partido da Renovação Democrática) anunciaram a federação partidária das duas legendas na tarde dessa quarta-feira (25), em Brasília. A Federação marca uma nova fase para ambas as siglas, que passam a atuar de maneira unificada no Congresso e em todo o território nacional, respeitando suas identidades, mas somando forças em prol de pautas comuns voltadas à justiça social, à geração de emprego, à valorização do trabalhador e ao desenvolvimento sustentável do Brasil.
A iniciativa também é um movimento estratégico visando o fortalecimento da representatividade política e a construção de um projeto nacional sólido e plural, voltado para a cooperação entre os dois partidos e com foco também na união de forças para as próximas eleições e durante pelo menos os próximos quatro anos.
Opção pela evolução
Para os integrantes do Solidariedade, a federação representa uma resposta responsável e estratégica ao atual cenário político, buscando garantir maior estabilidade institucional e ampliar a presença de uma frente progressista e democrática no país.
O ex-senador José Antônio Reguffe (DF) avalia que o Brasil vem vivendo uma polarização que vem fazendo mal para o país e não há discussão de um projeto sério de desenvolvimento nacional com visão de longo prazo:
“Com essa polarização, um lado só sabe fazer críticas ao outro, e ganha votos com a crítica ao outro lado em vez de apresentar um projeto de país. Nós precisamos construir um projeto de país viável e essa federação vem para ocupar um espaço que está vazio na política brasileira, que é o espaço do centro democrático.”
Para Marília Arraes, presidente do Solidariedade em Pernambuco, a Federação vai ter a capacidade, nesse momento de polarização política nacional, de unir os diferentes:
“Agora estamos celebrando a união de quem pensa diferente mas especialmente quem respeita quem pensa diferente. A nossa federação abre várias divergências em torno de muitas ideias, inclusive divergências entre ser centro ou estar em um dos polos. E nós aqui estamos dizendo que a gente respeita quem pensa diferente. E que a gente busca nas divergências a convergência sobre o que realmente importa.”
Jefferson Coriteac, tesoureiro geral do partido, argumenta que essa parceria representa uma oportunidade de ampliar a voz de ambos os partidos no Congresso, consolidar alianças estratégicas e aumentar a capacidade de implementar políticas públicas que beneficiem a sociedade brasileira:
“A união entre Solidariedade e PRD visa criar uma força política mais robusta, capaz de atuar de forma mais coordenada e eficiente no cenário nacional. A federação nasce de um entendimento comum de que, diante dos desafios atuais do Brasil — econômicos, sociais e políticos — é imprescindível fortalecer nossos laços e ampliar nossas ações. A federação permite maior estabilidade, coesão e uma atuação mais articulada na defesa de valores democráticos, da liberdade de expressão e do crescimento sustentável do país. Além disso, essa união fortalece nossa presença no Congresso, ampliando nossa representatividade e capacidade de influenciar decisivamente as políticas públicas.”
Maturidade política e esperança democrática
O líder do Solidariedade na Câmara, deputado Aureo Ribeiro (RJ), acredita que a adaptação dos dois partidos ao formato de Federação será muito vantajosa para ambas as siglas:
“Já temos na Câmara uma convivência muito boa: eu como líder do Solidariedade e o Fred Costa como líder do PRD. E podemos trabalhar de forma clara e objetiva o fortalecimento dos dois partidos em cada estado. Agora, vamos começar um processo de escuta em cada estado brasileiro. Ouvindo o que a população precisa, o que a população quer e fazendo um debate na montagem, na construção dos nossos partidos em cada estado. E criando atrativos suficientes para receber novos deputados na nossa federação, para que a gente possa fortalecer o debate plural e ético no Congresso Nacional.”
Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade, explica que o objetivo dessa federação não é apenas a sobrevivência política: é a vontade de construir um Brasil mais justo, produtivo e humano, com a defesa do trabalhador, do pequeno empresário, do pequeno agricultor e da indústria nacional:
“Assumimos a missão de formar uma federação partidária que pensa no Brasil real: o Brasil que levanta cedo, que pega ônibus lotado, que estuda à noite, que sonha mas que também sofre com a desigualdade e com o abandono. Vamos atuar de forma unificada nos parlamentos, nos governos e junto aos movimentos sociais, pois acreditamos que a política só faz sentido quando está a serviço das pessoas.”
Entenda o que é a Federação Partidária
A federação é uma ferramenta prevista na legislação eleitoral que permite a união institucional de partidos políticos, unificando suas candidaturas e coligações durante o ciclo eleitoral. A Federação une duas ou mais siglas durante um período mínimo de quatro anos.
Pelas regras, as legendas passam a atuar como uma só — o que significa que, nos cálculos de distribuição de recursos, os desempenhos são somados e decisões como apresentação de candidaturas majoritárias são tomadas de forma conjunta.
Outro aspecto importante a ser destacado é a cláusula de barreira, que impõe limites de desempenho às legendas para garantir maior qualidade na representação e estabilidade do sistema partidário. A federação, neste contexto, é uma estratégia inteligente para superar os obstáculos impostos por essa norma, ampliando a força dos partidos e garantindo maior visibilidade às propostas tanto do Solidariedade quanto do PRD.
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Bruno Angrisano / Solidariedade na Câmara