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Mercado prevê alta na Selic para controle da inflação
Nesta quarta-feira (22), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) vai decidir o novo patamar da taxa Selic, que atualmente está em 5,25% ao ano. O mercado tem expectativa de que a taxa suba um ponto percentual, atingindo 6,25% ao ano, para controlar a inflação.
A Selic representa os juros básicos da economia brasileira e sua alteração influencia diretamente todas as taxas praticadas no país, seja para investimentos, aplicações ou para a concessão de empréstimos bancários.
Por conta da pressão da inflação, analistas econômicos e ex-diretores do Bacen (Banco Central) esperam uma atuação mais agressiva na progressão da taxa básica para que haja controle das expectativas de aumento da inflação para 2022, ano eleitoral. A meta do BC é que a inflação chegue aos 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Há quem diga que a taxa Selic pode chegar até dois dígitos no início do ano.
Para economistas do banco Credit Suisse a taxa Selic passará de 8,25% para 9,75% no fim do ano que vem.
Segundo relatório do banco, o atual ritmo de aperto de um ponto percentual é ideal para as próximas três reuniões deste ano e mantém a projeção para a Selic em 8,25% no fim de 2021. Apesar disso, consideram que o forte aumento da inflação corrente e suas projeções mais altas são compatíveis com a continuidade do ciclo de aperto monetário em 2022”.
Para analistas da SPX Capital, a crise hídrica e as incertezas políticas para o ano que vem podem pressionar ainda mais os preços nos próximos meses. A instituição financeira aponta que houve erro na condução da política monetária quando a taxa de Selic foi levada a 2%, em um contexto de grandes incertezas, a queda da taxa contribuiu para a desvalorização da moeda brasileira.
O que é a taxa Selic
A Selic tem esse nome por conta do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um sistema administrado pelo Banco Central, em que são negociados títulos públicos federais. A média registrada nas operações feitas diariamente nesse sistema equivale à taxa Selic, que embasa todas as taxas de juros aplicadas na economia brasileira.
Ela é definida e anunciada por um comitê especial do BC, o chamado Copom (Comitê de Política Econômica), que se reúne a cada 45 dias para definir e vigorar a taxa nos próximos 45 dias.
A taxa é utilizada estrategicamente na política monetária no Brasil, que está baseada em um sistema de metas de inflação. Criado em 1999, ele estabelece o compromisso do país em adotar medidas para manter a inflação dentro de uma faixa fixada periodicamente pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), composto pelos ministros e o presidente do Banco Central. O objetivo é assegurar a estabilidade da economia e evitar descontroles de preço como os que o país já viveu em décadas passadas, que causam a perda do poder de compra da moeda.
Com o aumento da taxa Selic, empréstimos ficam mais caros com a cobrança de juros mais elevada e produtos tendem a aumenta de valor, resultando assim na diminuição do consumo. Mas, por outro lado, com o aumento da taxa básica, os investimentos de renda fixa são beneficiados, já que esse formato de investimento, oferece remuneração baseada na taxa de juros.
O que é a Inflação
A inflação é um conceito que se refere à alta contínua e generalizada do preço de produtos e serviços no mercado, ou seja, o aumento do preço de determinado bem ou serviço consumido em uma economia (como frutas, carnes ou o ingresso de cinema) em um período.
No Brasil, o índice oficial da inflação é o IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo).
Com informações de: Folha de S.Paulo, Yahoo Noticias, Riconnect e InfoMoney