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Aureo Ribeiro quer proibir propagandas de bets
As bets se tornaram um problema no Brasil. Todo mundo conhece alguém que se empolgou com esses aplicativos de apostas, se enrolou e perdeu um bocado de dinheiro. E quem tomou prejuízo apostando não entende que o problema está ali, no próprio sistema, matematicamente construído para que o lucro dos apostadores seja mínimo, e arrecadação das bets, máxima. Apenas em 2024, as bets faturaram 240 bilhões de reais no Brasil.
Lucro para as empresas e prejuízo para a população
A discussão sobre o combate aos prejuízos que as bets causam têm atravessado vários setores: de tentativas de proibir que beneficiários do Bolsa Família apostem em bets à proposta de aumentar as alíquotas de impostos cobrados, passando, entre outras coisas, pelas tentativas de impedir que menores apostem nesses aplicativos e pela preocupação do vício no jogo.
E um ponto especialmente polêmico está na publicidade feita por essas empresas: além de uma enxurrada de patrocínios a clubes de futebol, as bets contratam influenciadores digitais para convencer as pessoas de que é fácil ganhar dinheiro nesses aplicativos de apostas. O engajamento gerado por esses influencers se transforma em um volume de apostas muito grande, alimenta a ilusão e até o vício pelo jogo e explica em grande parte o faturamento dessas empresas.
Controle necessário
O deputado do Solidariedade Aureo Ribeiro (RJ) já detectou o profundo impacto negativo que as bets causaram especialmente na população mais pobre, iludida com a propaganda constante que bombardeia a população mais humilde e sem instrução. Aureo apresentou o projeto de lei 2836/2025 para tratar as bets como outras empresas que oferecem produtos danosos e viciantes: proibindo a publicidade dessas empresas em qualquer veículo impresso ou eletrônico e proibindo até o patrocínio de eventos esportivos, times e atletas.
Aureo argumenta que as diretrizes da legislação atual sobre publicidade, apesar de serem severas, ainda são insuficientes para conter o vício em jogos e seu impacto negativo:
“O vício em apostas pode levar ao endividamento severo, à desestruturação familiar, à perda de produtividade no trabalho e à deterioração da saúde mental, com o aumento de quadros de ansiedade, depressão e até suicídios. A publicidade estimula um comportamento de risco, especialmente entre jovens e pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social, que veem nas apostas uma falsa saída para suas dificuldades. A natureza da atividade de apostas, que envolve risco financeiro e potencial de dependência necessita de uma abordagem ainda mais rigorosa quanto à sua divulgação.”
A proposta está pronta para análise na Câmara dos Deputados.
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Bruno Angrisano / Solidariedade na Câmara