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Projeto de lei para prevenção do câncer de intestino ganha destaque após falecimento de Preta Gil
A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, vítima de um câncer colorretal agravado por metástases, reacende um tema urgente: a importância da prevenção e do rastreamento precoce dessa doença silenciosa. Diagnosticada em janeiro de 2023, Preta lutou com coragem e dignidade. Compartilhou com o Brasil sua trajetória de enfrentamento, inclusive ao exibir publicamente a bolsa de colostomia que passou a usar. Infelizmente, ela nos deixou no último dia 20 de julho, em Nova Iorque.
Diante dessa perda comovente, torna-se ainda mais necessário ampliar o acesso à prevenção. Por isso, tenho orgulho de ser autor do Projeto de Lei 1286/2019, aprovado por aclamação na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2021. O texto institui, na rede pública estadual, o uso do Teste Imunoquímico para Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (FIT) como exame preventivo gratuito, voltado a pessoas com 50 anos ou mais. Em caso de resultado positivo ou persistência clínica de sintomas, o paciente é imediatamente encaminhado para colonoscopia.
Nosso projeto, idealizado tecnicamente pela Dra. Josimeire Batista Mehl, especialista em coloproctologia com atuação reconhecida em Jundiaí (SP), prevê o rastreamento anual para os públicos elegíveis e a realização de campanhas educativas nas unidades de saúde, com possibilidade de mutirões e convênios com entidades privadas. A meta é clara: ampliar o alcance e salvar vidas.
O câncer de intestino é tratável e curável na maioria dos casos quando detectado precocemente — as chances de cura podem chegar a 80%. A perda de Preta Gil não pode ser em vão. Seu exemplo deve servir como alerta e inspiração para que a saúde pública avance. O meu projeto de lei, mais do que uma política de prevenção, é um chamado à ação.
Deputado Alexandre Pereira
(Solidariedade – SP)