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Aposentados, Pensionistas e Idosos 01/10/2021

Envelhecimento Ativo

Diógenes Sandim
Diógenes Sandim
Secretário nacional do Idoso, Aposentado e Pensionista
Envelhecimento Ativo
Crédito: iStock / Stefanamer

Historicamente inferior a 10% durante todo o século XX, a população idosa brasileira costumava ser equivalente à de países menos desenvolvidos, no entanto, a população idosa cresceu no país.

Entre 2005 e 2015, a proporção de pessoas com mais de 60 anos cresceu em velocidade superior à da média mundial, saindo de 9,8% para 14,3%, o que nos aproxima das taxas verificadas nos países desenvolvidos.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida que hoje está na faixa dos 67 – 68 anos chegará a 74 anos em 2025, quando a população com mais de 60 anos deverá somar 32 milhões de pessoas, representando 15% de toda a população brasileira. Diante desse fato, podemos afirmar que o Brasil não é mais um país jovem, mas um país maduro e que está envelhecendo.

A questão da saúde é hoje uma das maiores preocupações dos brasileiros e em particular da população idosa, portadora em sua maioria de doenças crônicas.

Cerca de 40% da população adulta brasileira, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, possui pelo menos uma DCNT (Doença Crônica Não Transmissível), segundo dados inéditos da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde).

As DCNTs são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil. A hipertensão arterial, o diabetes, doenças crônicas de coluna, o colesterol alto (principal fator de risco para doenças cardiovasculares) e a depressão são as que apresentam maior prevalência no país.

Toda essa situação epidemiológica para doenças crônicas dos brasileiros nos obriga a pensar cada vez mais nas ações preventivas de promoção e proteção da saúde de todos, em particular a dos Idosos.

Em nossa constituição implantou-se o conceito de Seguridade Social (Saúde, Previdência e Assistência Social), uma abordagem sistêmica para questões que dizem respeito a todas as dimensões da dignidade do ser humano. Infelizmente, perdeu-se no tempo a vontade política generativa dos governantes subsequentes à Constituinte de 1988.

O Solidariedade tem em seu programa propostas de políticas públicas para os municípios que, implementadas, podem resgatar esse sentimento humanista de nossa ideologia e diretrizes programáticas.

A solidariedade humana tem nas relações com os idosos sua maior prova de efetividade social. Uma sociedade desenvolvida e respeitosa com seus idosos tem em sua história os requisitos necessários da sabedoria para a permanente evolução civilizatória da humanidade.                

Nos próximos meses, a Secretaria Nacional do Idoso, Aposentado e Pensionista do Solidariedade deverá iniciar uma Cruzada Nacional de ações com nossos militantes em favor de políticas públicas a serem implantadas nos municípios. Será por meio de nossa militância, discutindo com a população, que poderemos eleger políticos que façam a diferença na gestão de seus mandatos.

Sabemos que nosso povo está envelhecendo e que a saúde é o bem mais precioso para um envelhecimento com dignidade, sendo assim, os serviços de assistência e saúde devem estar na “porta da casa de todos os idosos”, ou seja, em todos os municípios, justamente no território que o Solidariedade deverá implementar suas políticas programáticas.

Conclamamos a todos acompanharem, ainda este ano, a cruzada de uma prática política engajada em favor da inclusão do idoso na saúde, mobilidade urbana, cultura e entretenimento, de modo que possamos promover o envelhecimento ativo, que segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), baseia-se em dar aos idosos independência, participação, assistência, autorrealização e dignidade.

Diógenes Sandim é médico sanitarista, consultor técnico da Fundação 1º de Maio e membro do diretório nacional do Solidariedade.