Ter carne vermelha, ovos e frango na mesa vai continuar pesando no bolso dos brasileiros, que sofrem com alta taxa de desemprego e diminuição de renda. Segundo especialistas, a inflação para as proteínas pode ir além de 10% ainda este ano. Este aumento está acima da expectativa para a inflação oficial (IPCA), de 5,9%.

De acordo com a consultoria LCA, a carne de boi continuará como a maior alta do ano, com aumento de 17%; já a carne de porco, 15,1%; e frango, com 11,8%. Além disso, os ovos também devem subir 7,6%.

Produtores alegam que o reajuste no valor desses produtos deve-se ao aumento expressivo em sua produção e matéria-prima. Porém, segundo o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, a carne bovina tem motivos diferentes para o seu aumento que está inteiramente ligado ao insumo na criação de animais.

Segundo dados Embrapa, os custos para produtores subiram 52,30% para frango e 47,53% para os suínos. As matérias primas como milho, soja, ração também tiveram aumento, sendo de 39,8% para milho e 7,2% para a soja.

O Brasil conta com uma desvalorização do real e uma atual crise no cenário hídrico que tem gerado uma grande repercussão nas contas de energia. Esses fatores problemáticos contribuem para o aumento da inflação no próximo trimestre de 2021 e em 2022.