Agosto chega e Barretos deixa de ser apenas uma cidade do interior paulista. Vira cenário de um Brasil profundo, que pulsa no som da viola, no cheiro da “Queima do Alho” e na coragem de quem encara touros e cavalos. No Brasil caipira que foi o germinal da grandiosa festa do peão. A Festa do Peão nasceu modesta, em 1956, sob a lona de um circo. Hoje, no Parque do Peão, com arena assinada por Oscar Niemeyer, é um espetáculo que mistura modernidade arquitetônica e raízes sertanejas.

Mas Barretos não é só festa: é impacto real. São quase 900 mil visitantes, empregos temporários, hotéis lotados e uma engrenagem econômica que beneficia toda a região. A cada edição, a cidade prova que cultura também é desenvolvimento, e que tradição pode mover cifras bilionárias.

O curioso é que, mesmo diante da grandiosidade, a essência permanece: o arroz carreteiro servido nas comitivas, a memória dos tropeiros, a emoção que se repete a cada montaria. Barretos não é apenas o maior rodeio da América Latina; é um ritual coletivo em que o Brasil olha para si mesmo e, por alguns dias, se reconhece nas próprias raízes.