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Papa Francisco: um legado de diálogo e inclusão no pontificado
Em um mundo marcado por divisões e polarizações, o Papa Francisco consolidou seu pontificado como um farol de união e tolerância religiosa, promovendo diálogos que transcendem fronteiras culturais e espirituais. Desde o início de seu papado, em 2013, o líder da Igreja Católica tem enfatizado a necessidade de uma postura humilde, aberta ao encontro com o “outro” e comprometida com os mais vulneráveis. Seu legado, construído por meio de gestos simbólicos e ações concretas, reforça a ideia de que a fé não se dissocia da justiça social nem da defesa intransigente da paz.
Francisco tornou-se um dos principais defensores do diálogo inter-religioso, aproximando-se de líderes muçulmanos, judeus, budistas e de outras tradições. Um marco ecumênico que condena o extremismo e defende a coexistência pacífica. “A diversidade religiosa é uma riqueza, não uma ameaça”, declarou o pontífice, ecoando seu chamado por uma “cultura do encontro” em vez do conflito.
Inspirado por sua formação jesuíta e pela teologia da libertação, Francisco redirecionou o foco da Igreja para as periferias existenciais. “Uma Igreja pobre para os pobres” ganhou vida em gestos como a lavagem dos pés de detentos e refugiados, visitas a favelas e críticas contundentes ao sistema econômico global, que classifica como “excludente e idolátrico”. Em 2020, durante a pandemia, denunciou a “globalização da indiferença” e pediu solidariedade aos mais afetados pela crise.
Em tempos de incerteza, o Papa Francisco insiste em um caminho: o da misericórdia sobre o dogmatismo, da escuta sobre a imposição. Seu legado, ainda em construção, já sinaliza que a verdadeira fé não se enclausura em templos, mas se faz ponte — frágil, porém necessária — entre o céu e a terra. Francisco, sobretudo, foi um homem bom que fez bem à humanidade.