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Executivos da MSK falam à CPI das Pirâmides Financeiras
A Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras ouviu nessa semana os dois sócios da corretora MSK Operações e Investimentos, especializada em ativos de alto risco. A empresa e os dois sócios são acusados pelo Ministério Público paulista de crimes como pirâmide financeira, lavagem de dinheiro, estelionato, formação de quadrilha e publicidade enganosa. Os dois fundadores, Glaidson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Lucas, falaram à CPI em dois depoimentos separados.
Funcionário golpista
Glaidson Tadeu Rosa apresentou o argumento de que a empresa deu o calote em seus investidores por ter sido vítima de roubo por um de seus funcionários. Ele acusou Saulo Roque, um de seus traders (negociadores de ativos) mais graduados, de ter roubado 400 milhões em criptomoedas das contas da corretora:
“Fomos surpreendidos pela apropriação indébita de Saulo Roque. De lá pra cá, tivemos todo tipo de transtorno, com contas e criptomoedas travadas.”, disse à CPI.
Promessa de ressarcimento
Carlos Eduardo de Lucas descreveu o tamanho da empresa para os parlamentares: 80 funcionários, 300 agentes autônomos e 3500 clientes mostravam a saúde da empresa. Ele também explicou que a corretora trabalhou durantes anos para obter os certificados de trabalho concedidos pela Comissão de Valores Mobiliários:
“A empresa foi construída para trabalharmos muitos anos, de forma duradoura”, assegurou.
De Lucas também apresentou a versão de que os ativos da empresa foram roubados pelo trader Saulo Roque:
“A última vez que eu falei com o Saulo Roque foi em janeiro de 2021, no dia que ele falou que não ia devolver nossas criptomoedas”, lamentou.
Carlos Eduardo também prometeu ressarcir os 3500 clientes se as contas da MSK forem liberadas:
“Eu não estou dizendo que eu não tenho as criptomoedas. Eu estou dizendo que as criptomoedas estão ali. Se a justiça fizer a recuperação eu pago todos os meus clientes. Eu dependo muito mais de vocês que vocês de mim.”, disse aos deputados.
Novos depoimentos
Os parlamentares devem requerer a presença de Saulo Roque para depor na CPI. Apesar das acusações dos dois sócios da MSK, a Polícia Civil não encontrou indícios de que o funcionário da corretora tenha roubado 400 milhões de reais.
A CPI também havia agendado para essa semana os depoimentos dos atores Tatá Werneck e Cauã Reymond e do jornalista Marcelo Tas, que fizeram propagandas para a corretora Atlas Quantum, porém nenhum dos três compareceu à Comissão.
Tatá Werneck e Cauã Reymond apresentaram Habeas Corpus conseguidos na justiça para não comparecerem. Alegando problemas de saúde, Marcelo Tas apresentou um atestado médico e pediu o adiamento do depoimento para a semana que vem.
Críticas
O presidente da CPI, deputado do Solidariedade Aureo Ribeiro (RJ), criticou a ausência dos dois artistas:
“Infelizmente não teremos a colaboração de duas celebridades que induziram milhares de brasileiros a cair num golpe.”
Aureo lembrou que essas pessoas perderam investimentos, trabalhos de uma vida, venderam casa, carro, tiveram sonhos interrompidos como deixar de pagar uma faculdade pra um filho ou de cuidar de parentes. E foi incisivo ao afirmar que tudo isso aconteceu
“pela irresponsabilidade e falta de caráter desses artistas que nem hoje se colocam à disposição para esclarecer ao povo brasileiro como foi feita essa fraude, como eles receberam, de quem eles receberam ou se eles não têm nenhuma participação nessa empresa por estarem protegidos por um HC do STF”, lamentou.
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Bruno Angrisano / Solidariedade na Câmara